A Sala Imaginária

Quando Soren descobriu que Marmagdshalam era um homem cheio de conhecimentos esotéricos e arcanos, não pode se conter. Ofereceu dinheiro para o velho em troca de aulas. — Para mim, teu ouro não vale nada — proferiu o mago. — Ofereço ouro pois é só o que tenho, pois se pudesse transferir anos de minha vida para ti em troca de conhecimentos, o faria — diz Soren. — Com o feitiço certo, é possível. Mas não conseguiria dormir sabendo que me aproveitei de débil metal. — Não é por que gosto demais do senhor que quero ser seu aluno... — Ora eu sei bem, queres poder, não é? É o que sujeitos com esse semblante ganancioso querem. — Sou da família real de Lonjyprá-caray! Achas que estaria aqui se buscasse poder? O velho olhou Soren com curiosidade.

Desculpa gente, eu não aguentei. Tive que fazer mais uma música 🙂‍↕️

Hadrian e Tim saíram de lá com a promessa de que se não cumprissem a missão em dois dias certamente morreriam. — Amigo, como sabe de tudo aquilo a respeito da Rainha Nariguda? — pergunta Tim aflito. — Já vi o que fizeram com meu povo. — responde Hadrian tirando de dentro do colarinho um crucifixo — Quando cheguei em Seiffzoni e vi que eles já tinham se instalado aqui, percebi que mais nenhum lugar do mundo está seguro. — Você é um cristão. — sussurra Tim como se estivesse dizendo um nome sujo. — Minha intenção nessa empreitada não é só salvar nossas vidas, mas também descobrir o que aqueles cretinos estão aprontando aqui, posso contar com você? — Evidentemente, lhe devo minha vida, meu amigo! Tim e Hadrian partem e em seus olhos quase era possível ver chamas.

— Dê-me uma missão, ninguém na cidade nos viu lhe servindo. — prossegue Hadrian — O que significa que posso agir em teu nome sem nenhuma suspeita. — Achas mesmo que um trabalhinho teu vale o prazer de tirar a vida desse verme? — pergunta o burguês. — Confesso que não, mas que tal ter o monopólio de seus negócios novamente? Sei como derrubar de uma só vez aquela importadora de hidromel, a “Rainha Nariguda” que compete com você. — Como? — Adiciono um ingrediente nas garrafas que vão para o comércio, consigo o mapa das rotas que vêm para reabastecer e ainda delato todo o sistema de logística. — E por que você acha que vou acreditar que pode fazer tudo isso sozinho? — Eu conheço a origem desses comerciantes, mas, o principal, minha vida está em suas mãos, eu PRECISO ter sucesso. O homem pensou por alguns segundos e enfim disse: — Soltem eles...

Dedico essa música a todos os meus inscritos. @salaimaginaria

Hadrian embainha suas espadas, abaixa o tom e começa a falar. — O senhor tem o direito de tomar a vida deste homem, hei de concordar que seria justo. Porém este é um amigo por quem tive a tolice de arriscar minha vida para salvá-lo. — O que? 😔 — pergunta Tim. — E é claro que agora também estou nessa situação e mesmo que me rendesse agora mesmo, o senhor não hesitaria em me matar, estou correto? — Sua morte será rápida. — retruca o burguês — O barbo é quem será torturado. — Compreendo, mas quero que saiba que um homem como o senhor possui inimigos, afinal, todos os capitalistas tem... Com isso, acrescento que sei também que muitos homens com muito mais dinheiro que o senhor estão tirando suas noites de sono, afinal estão comprando todos os comércios e é só questão de tempo para tentarem se livrar de ti... — Onde quer chegar? — pergunta o velho rico. “Céus, onde ele está nos metendo?” pensou Tim.

Quando um poderoso burguês de Seiffzoni descobriu que sua esposa havia acidentalmente tropeçado e caído de boca no piru do Bardo Tim que, coincidentemente, estava sem roupas, a vida do músico ficou em perigo. O marido se enfureceu. Convocou seus guardas privados, sequestrou Tim e o prendeu nu em uma estaca. — Você, vermezinho seboso, jamais ousará se meter com mulher casada de novo! — disse o burguês com um chicote nas mãos. Mas antes de qualquer humilhação maior, um homem que parece ter surgido dos céus cai e saca duas espadas! Hadrian surgira para o resgate. — Mate um homem, mas não um artista! — grita Becker para o burguês — E para ti, meu amigo lhe trouxe uma flauta, toque-a e encante os soldados enquanto lido com eles, rápido! — O que? — diz Tim — Não, minhas músicas só chegam aos ouvidos das moças! São ineficazes com os homens... Ao ouvir aquelas palavras, Hadrian Becker começa a imaginar que duas espadas não seriam o suficiente para proteger suas vidas...

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O jovem Hadrian Becker (@Lucideals) chegou em Seiffzoni quase sem suprimentos. Veio sozinho e à cavalo; se orgulhava de sua vida nômade, pois, além de um habilidoso guerreiro, era um escritor. Sabia que Seiffzoni era safe e lá pretendia terminar seu livro, que contaria sobre os horrores da guerra nos países vizinhos. Sua escrita era afiada como suas lâminas gêmeas. Mas nada era tão perene quantos seus sólidos ideais e sua moral rígida. Ao se instalar em uma pousada, conheceu o bardo Tim e com ele teceu prosas a respeito das belas letras e canções. Um respeito mútuo e admiração literária fora rapidamente construída entre aqueles dois jovens. — Mostrarei a todos do futuro a época negra em que vivemos! — dizia ele ao bardo — Sangue e letra!