Ibovespa perde os 119 mil pontos e dólar e juros caem de olho no fiscal e no exterior
O Índice Bovespa abriu em baixa pelo terceiro pregão seguido enquanto o dólar e os juros futuros recuam no encerramento de uma semana agitada pelo retorno dos receios com as contas públicas locais e pelas indicações de inflação mais baixa nos Estados Unidos. O índice perdeu agora os 119 mil pontos, em baixa de 0,50%, para 118.975 pontos, menor nível desde o início de novembro do ano passado. O índice caminha para fechar a semana em baixa de 1,50%, a quarta semana seguida de perdas. Petrobras, com quedas de 1,0% no papel PN e de 0,92% no ON, Itaú Unibanco PN, com -0,38%, e Vale em baixa de 0,64% puxam o índice para baixo, junto com as siderúrgicas. As maiores quedas do Ibovespa são de Gerdau PN, com 1,85% de baixa, Cogna, 1,8%, e Yduqs, 1,59%. As maiores altas são de Ultrapar, com 2,0%, Weg, com 1,48% e Vamos, com 1,2%. O dólar futuro oscila perto da estabilidade e às 10h55 caía 0,10%, para R$ 5,37. Os juros futuros cedem ligeiramente, 0,01 ponto porcentual para 2025, para 10,65%, e para 2026, para 11,24%, e 0,02 ponto nos prazos mais longos, acompanhando o alívio de ontem com as declarações de Haddad sobre reforçar a revisão dos gastos públicos e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva apoiando o ministro da Fazenda. Os dados do Índice de Atividade do Banco Central, o IBC-Br, também mostraram menor força da economia, o que pode pesar na decisão de juros do BC na semana que vem. No exterior, as bolsas na Europa e o euro sofrem com o cenário político e a possível vitória na França de partidos de extrema direita ou de esquerda que aumentem os gastos públicos nas eleições antecipadas convocadas pelo presidente Emmanuel Macron. O índice Euro Stoxx cai 0,77% hoje, enquanto o índice CAC, da Bolsa de Paris, recua 2,4%. Nos Estados Unidos, as atenções estão na inflação, com o Índice de Preços de Importados em maio mostrando deflação de 0,4%, reforçando os dados dos Preços ao Produtor, que também caíram em maio, e os sinais de desaceleração dos Preços ao Consumidor, também divulgados esta semana. Hoje, a presidente do Federal Reserve de Cleveland, Loretta Mester, que faz parte do Comitê de Mercado Aberto que decide os juros, afirmou que os dados do CPI e do PPI divulgados esta semana são bem-vindos pois mostram que a inflação está desacelerando após subir no primeiro trimestre, mas é preciso ver a inflação recuando por um período um pouco mais longo. Ela destacou, porém, que é importante não esperar muito para cortar os juros e que seria inapropriado manter os juros no nível atual até a inflação atingir a meta de 2,0%. Ela acrescentou ainda que o mercado de trabalho ainda está muito forte e que a política monetária está em um uma boa posição. As bolsas americanas abriram em pequena queda, com os investidores colocando no bolso parte dos ganhos da semana e que levaram o S&P500 e o Nasdaq a bater novos recordes de pontos. O Dow Jones cai 0,33%, o S&P500, 0,24% e o Nasdaq, 0,20%. O Dow destoa dos demais por sua composição com menos tecnologia e mais empresas industriais e caminha para fechar a semana em queda de 0,71%. Já o S&P500 sobe 1,40% na semana mesmo com a queda de hoje e o Nasdaq, 2,92%. Os rendimentos dos títulos do Tesouro americano recuam, 0,03 ponto porcentual, para o prazo de dez anos, para 4,21%. O índice do dólar, o DXY, segue em alta, de 0,56% no dia e 0,84% na semana, apesar da queda dos juros americanos, em boa parte pela desvalorização do euro por conta do cenário político na França. O petróleo tipo Brent sobe 0,68%, para US$ 83,28, e o Bitcoin avança 0,78%, para US$ 67.197.
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