ㅤ Arte em caos.

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Tudo o que desejo é arriscado, mas o oceano ensinou-me a ser livre para navegar em águas desconhecidas.

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ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤ Na vastidão insondável da melodia, encontro-me perdido como um viajante solitário em um labirinto de sons. Cada nota ressoa em minha alma como um eco distante de um passado esquecido, despertando em mim uma profunda melancolia. A música, essa arte indescritível, penetra em mim como uma lâmina afiada, cortando as amarras que me prendem à realidade mundana. Sob o manto etéreo das composições, sinto-me livre para vagar por terras desconhecidas, onde as palavras se dissolvem e apenas a emoção pura perdura. O maestro, regendo a orquestra de sentimentos ocultos, guia-me por um caminho tortuoso de harmonias e dissonâncias, levando-me a um transe hipnótico onde o tempo se desfaz e o espaço se contrai. Em cada acorde, vislumbro a eternidade e a transitoriedade de todas as coisas, como se a própria essência da existência fosse revelada em um acorde perfeito. ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤ

A solidão era sua companheira mais constante, uma presença silenciosa que habitava os recantos mais profundos de sua alma. Sentada à beira da janela, observava a vida lá fora seguir seu curso, enquanto suas próprias incertezas e questionamentos ecoavam dentro de si como um murmúrio incessante. As palavras, sempre tão fugidias, pareciam dançar em sua mente, escapando-lhe como pássaros assustados. Cada pensamento era um labirinto, cada sentimento um abismo a se explorar. E assim, ela se via perdida em meio ao emaranhado de sua própria existência, sem um mapa para guiá-la de volta à superfície. A solidão, no entanto, não era um fardo que carregava com amargura, mas sim uma companheira com a qual aprendera a conviver. Em seus momentos de maior recolhimento, encontrava a paz que tanto buscava, um refúgio seguro onde podia ser apenas ela mesma, sem máscaras ou artifícios. Entre a luz suave do entardecer e o silêncio reconfortante da noite, ela seguia sua jornada solitária, em busca de respostas que talvez nunca encontrasse, mas sabendo que a beleza da vida residia justamente nesse mistério insondável que a envolvia. O mistério da vida.

Obra por: Ártemis Ulianov, um texto que o escritor decidiu não dar um nome específico e tampouco fora dedicado a alguém sem ser para perguntas que fluem incansavelmente em sua mente pensante.

Publicado no dia: 13.07, no horário de 00:30.