O ANTI-CRISTO SEGUNDO VLADIMIR SOLOVIEV
(filósofo russo, católico 1853-1900 - que o Papa Bento XVI citou a propósito exactamente do Anti-Cristo)
Acreditará no bem e, até mesmo, em Deus. Não terá por Cristo uma “hostilidade de princípio”. Na verdade apreciará “a Sua recta intenção” e “os Seus altíssimos ensinamentos”.
No entanto, três coisas em Jesus, considerará inaceitáveis:
Em primeiro lugar as suas preocupações morais; comentará, a propósito: “Cristo dividiu os homens entre bons e maus com seu moralismo; eu os unirei na paz e na concórdia beneficiando, por igual, os bons e os maus”.
Dirá para si – Ele foi o meu precursor, pois o salvador perfeito e definitivo, sou eu, que, misericordiosamente, purifiquei a Sua mensagem daquilo que é inaceitável aos homens de hoje”.
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Para ele será estranha a verdade evangélica segundo a qual existe uma paz boa, a Paz cristã, fundada na divisão que Cristo veio trazer à terra, com a radical separação entre o bem e o mal, a verdade e a mentira; e que, pelo contrário, existe uma paz má, a paz do mundo, fundada sobre, o compromisso, a união exterior daquilo que, sendo irreconciliável, interiormente permanecerá para sempre em guerra.
Dirá: “Cristo trouxe a espada, eu trarei a paz; Cristo veio à terra trazer a Verdade mas, esta, tal como o Bem, divide.”
Será, em primeiro lugar, um filantropo, cheio de compaixão, não só amigo dos homens como também dos animais e da natureza em geral.
Mostrar-se-á um fervoroso ecumenista, capaz de dialogar “com palavras cheias de doçura, sabedoria e eloquência”. Convocará os representantes de todas as denominações cristãs para “um concílio ecuménico” sob sua presidência. Buscará o consenso de todos através da concessão de favores e da celebração de compromissos. Falará somente de “valores” que possam ser amplamente compartilhados por todos e aceites pelo público, pelos poderosos e pelos jornais mas, para tal, terá de renunciar ao “cristianismo de Jesus Cristo”, cujo ponto central é o escândalo da Cruz e a realidade perturbadora da Ressurreição de Nosso Senhor.
Tratar-se-á, pois, de um ecumenismo exterior e “quantitativo”, a que o mundo aderirá com prazer, mas onde O Filho de Deus crucificado e ressurgido, único Salvador dos homens, será trocado por uma série de bons projectos e de boas intenções, agradáveis à mentalidade mundana dominante.
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“Assim que o Anticristo, consumar a união de todas as Igrejas, numa religião universal, instalar-se-á sobre a terra uma escuridão profunda, que só será rasgada, por um vivido esplendor, quando aparecer no céu, como um grande sinal, uma Mulher Vestida de Sol, com a lua a seus pés e, sobre a cabeça, uma coroa de doze estrelas”…
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