SANTO TOMÁS DE AQUINO, CONFESSOR E DOUTOR - 07 DE MARÇO
Santo Tomás nasceu em Rocca-Secca, no reino de Nápoles, em 1225, sendo seu pai o Conde Landolfo de Aquino, irmão do Imperador Frederico II.
Desde a mais tenra infância, o menino demonstrava rara sagacidade de espírito. Na idade de 5 anos sua educação foi confiada aos monges Beneditinos do Monte Casino, cujo Convento se erguia em frente ao Castelo do santo. Ali o pequeno Tomás revelou aplicação constante aos estudos e compreensão sem igual.
Conversava pouco, parecia até taciturno e distraído, como indiferente a tudo o que se passava em redor de si. Na idade de 10 anos frequentou em Nápoles os cursos de belas artes e dialética, continuando também os estudos das ciências físicas, metafísicas e morais.
As mais árduas matérias eram um brinquedo para esta criança, que se fazia notar em todas as aulas pela clareza, a profundeza e o dom da fórmula positiva e adequada, que lhe era peculiar.
O atrativo para a vida religiosa, contemplativa e ativa, em breve o levou até Nápoles, ao Convento dos Dominicanos, em 1243.
Tomás tinha, então, 18 anos. A família, sobretudo a mãe, a Condessa Teodora, apesar de piedosa, tudo fez para desviar o jovem conde daquela resolução. Tornou o caminho de Nápoles para opôr-se à resolução de seu filho, porém, Tomás, avisado da sua. vinda, pediu que o mandassem secretamente à Roma, donde seguiu com destino a Paris.
A Condessa não se deu por vencida, mas recorreu a seus dois outros filhos, brilhantes oficiais do exército do Imperador, pedindo-lhes que prendessem o fugitivo em caminho.
Tomás foi preso, de fato, e tornou-se cativo de sua própria mãe, numa estreita cela do castelo paterno. Ali, a mãe recorreu a todos os meios para fazê-lo mudar de ideia: lágrimas, súplicas, carícias, eloquência materna, mas tudo em vão.
Tomás, sensibilizado, sofrendo pela dor, que causava a sua mãe, respondia com todo respeito que "Deus é o primeiro pai, a quem devemos obediência".
Após os ataques da mãe, sucederam os ataques repetidos de suas irmãs, desfeitos por Tomás que chegou a ganhar uma delas para a vida religiosa.
A Condessa, vendo que não podia vencer pela doçura, recorreu à fôrça e mandou encarcerar o filho. numa das torres do castelo, encarregando os dois oficiais, que haviam chegado, de vencer a resistência do irmão. Um deles, verdadeiro fratricida, recorreu ao meio mais infame para perder a vocação do irmão. Resolveu abatê-lo pela voluptuosidade. Contratou uma jovem e bela cortesã, conhecida por sua astúcia, e introduziu-a na cela de Tomás.
A luta foi curta, mas enérgica. Compreendendo o perigo que corria sua virtude, o jovem tirou da fogueira de sua cela um tição ardente, foi ao encontro da tentadora, ameaçando de queimá-la, se não se retirasse imediatamente. A cortesã não se fez de rogada, e mais depressa do que tinha vindo, fugiu diante do tição aceso. Depois, ufano da rápida vitória, tal o cavaleiro com a sua espada, traçou com o tição abrasado, um grande sinal da cruz na parede da cela, caiu de joelhos e pediu a Deus o dom de uma virgindade perpétua, superior a todos os ataques. Um sono extático apoderou-se do jovem e este viu aparecer dois anjos, que lhe cingiram os rins com o cordão da castidade. Finalmente, após um ano de reclusão, o conde e a condessa, seus país, fecharam os olhos sobre uma evasão possível, e, à noite, Tomás pôde descer por uma janela da torre, voltando logo a seu Convento em Nápoles. Tinha apenas 19 anos de idade.
Daí em diante, o angélico Tomás irá de triunfo, em triunfo, crescendo em virtude e ciência, até tornar-se o grande luzeiro teológico e o incomparável santo, que, hoje ainda, o mundo admira e venera.
O Evangelho das Festas Litúrgicas e dos Santos mais populares. 2ª Edição: Manhumirim: O Lutador, 1952. pp. 118-123.